“Não precisas de uma imobiliária”
É um daqueles conselhos que se vai arrepender de aceitar, por muito que as razões que lhe apresentem possam parecer fazer sentido. Vão-lhe dizer que com um pouco de empenho até consegue encontrar a casa que quer sozinho e que assim o negócio vai sair mais barato. Mas o que não lhe vão dizer é que o processo de compra de casa é muito burocrático e há informações muito importantes que têm de ser confirmadas, para garantir que está a fazer um bom negócio, como por exemplo: perceber se quem está a vender a casa tem mesmo direito a fazê-lo ou se a casa possui algum ónus que impeça a sua venda.
Ter um agente a acompanhá-lo vai permitir-lhe poupar o seu tempo, encontrar mais depressa a casa que procura, negociar melhor com o vendedor e ter a certeza de que o negócio foi feito corretamente, protegendo os seus interesses. Se ainda tem dúvidas quanto a esta questão, leia o artigo “Porquê recorrer a um Mediador Imobiliário”.
“Faz a proposta mais baixa possível”
Uma boa ajuda para perceber o que deve ou não fazer é pensar “como me sentiria se me fizessem isto a mim?”. Ponha-se então no lugar de vendedor, imagine que está a vender a sua casa e que um comprador lhe faz uma proposta muito abaixo do preço que definiu para a venda. O que pensaria sobre esse comprador? Agora pense se quer suscitar essa mesma reação no vendedor, quando está em causa uma casa que vai ao encontro das suas expectativas.
Começar uma negociação com um contraproposta muito baixa pode parecer uma ideia excelente, afinal de contas quanto mais baixo começar mais margem de negociação tem. Mas corre o risco de irritar o vendedor, passar uma imagem pouco séria e fechar imediatamente qualquer possibilidade de negociação. Por isso, informe-se bem sobre que erros deve evitar ao negociar o preço de uma casa, e se vai fazer uma contraproposta certifique-se de apresenta um valor justo e não apenas o valor que é conveniente para si.
“Não te mudes sem fazer uma grande remodelação”
Se a casa que comprou tinha anteriormente ocupantes, o melhor mesmo é fazer uma remodelação geral antes de se mudar, para garantir que a casa está exatamente como quer, certo? Errado. A menos que haja problemas sérios com a casa, que dificultem que se mude e tenha uma vida normal, o melhor que tem a fazer é mudar-se e, depois de perceber de facto o que é que precisa de ser mudado, ir fazendo esses melhoramentos de forma gradual, evitando assim gastar dinheiro em melhoramentos que podem ser desnecessários.
“Define o máximo que podes gastar”
À primeira vista não há nada de mal com este conselho. Faz todo o sentido saber qual o máximo que pode gastar e utilizar esse elemento como indicador para definir o preço máximo que lhe pode custar a casa. Mas coloque então esta pergunta: porquê definir o máximo que pode gastar e não o mínimo que precisa gastar para ter uma casa com o que é essencial para si?
Parece apenas um pormenor, mas vai mudar toda a sua lógica de procura de casa, porque procurar uma casa em função de um teto máximo vai gerar uma tendência para começar a ver casas que têm elementos de que não precisa, mas, como estão no seu intervalo, faz-lhe sentido ter o máximo possível pelo dinheiro que está a disposto a gastar. Quando a questão deve ser exatamente a inversa: se pode ter uma casa com o que é essencial para si por um determinado valor, porque há de gastar mais com coisas que não valoriza tanto?
“Deixa o vendedor ficar na casa mesmo depois da escritura”
Palavras leva-as o vento, diz a sabedoria pessoal, e é o melhor conselho para uma situação em que o vendedor lhe peça para ficar mais uns tempos na casa, já depois de o negócio ter sido celebrado, até encontrar uma nova casa. Nunca, em nenhuma hipótese, deve aceitar uma situação destas sem que seja celebrado um contrato que estipule as condições que devem ser respeitadas. Parece excesso de zelo? Então pense que vai ter um estranho em sua casa durante um período imprevisível e que não tem forma de responsabilizá-lo pelos danos que a casa possa sofrer durante essa estadia. Seja prudente e evite complicações desnecessárias.
Num processo complexo como o de compra de casa, questionar os conselhos de conhecidos é sempre um bom princípio porque, por muito bem-intencionados que sejam, as suas opiniões são muitas vezes resultado da falta de conhecimento. Portanto, ouça os conselhos, mas faça o seu trabalho de casa para descartar os que não valem a pena.