A subscrição de produtos financeiros pode ajudar a baixar o ‘spread’ no Crédito Habitação, mas é um bom negócio?
Depois de alguns anos em que a concessão de crédito para compra de casa esteve em baixa, o Crédito Habitação volta a revelar novamente dinamismo. Por um lado, as instituições financeiras estão mais recetivas a emprestar, tendo aliviado as suas exigências e tornado as condições financeiras mais atrativas para os clientes. Por outro lado, os Portugueses estão também mais confiantes e otimistas em relação ao futuro e ao Crédito Habitação, resultado das baixas taxas de juro (que atingiram mínimos históricos) e da existência de condições mais atrativas. Tudo isto tem contribuído para o melhor desempenho do Crédito Habitação.
Assim, se está a pensar comprar casa com recurso a financiamento, há alguns aspetos que deve ter em conta para garantir as melhores condições do seu empréstimo. Um desses aspetos tem a ver com a contratação de produtos financeiros para baixar o spread do Crédito Habitação. Mas há mais!
Quanto e onde vai pedir?
O montante de financiamento é um dos aspetos que mais vai influenciar a negociação das condições financeiras do seu empréstimo. Antes de pedir o empréstimo pondere bem o montante de financiamento que vai solicitar. Se tem possibilidade de aplicar as suas poupanças, faça-o porque quanto menor for a relação entre o montante de empréstimo e o valor do imóvel, melhores serão as condições financeiras a que terá acesso. Consulte várias Instituições e analise comparativamente as várias ofertas, uma vez que não há garantia que conseguirá melhores condições no Banco onde já tem conta.
Escolher bem!
Escolher a taxa de juro do empréstimo é um passo crucial, sobretudo porque estamos a falar de um contrato a longo prazo, que poderá durar 20, 30 ou 40 anos. No Crédito Habitação, ao valor do spread terá que somar o indexante, o mais comum em Portugal é a Euribor com atualização trimestral, semestral ou anual. Não se deixe entusiasmar pelos atuais valores negativos da Euribor, é muito provável que no futuro estas taxas de juro voltem a subir, o que terá um impacto no seu empréstimo e no valor da prestação mensal. Pondere, por exemplo, a contratação de uma taxa de juro fixa por um determinado período de tempo ou até pela totalidade do prazo do empréstimo para garantir que a prestação não se altera e que não há surpresas nos próximos anos. Para saber mais sobre este tema leia também o nosso artigo “Taxa Variável ou Taxa Fixa? Qual a melhor opção?”
Saber para onde olhar
É um facto que os spreads estão a baixar, mas para avaliar o custo total do Crédito Habitação não basta olhar para o spread e para a prestação. Deve olhar também para outros indicadores. É igualmente importante avaliar os custos com a contratação do empréstimo – durante a fase de contratação e durante a vida do empréstimo.
No Crédito Habitação existem custos com comissões bancárias que é preciso ter em conta na altura de comparar as várias propostas. Custos como o estudo do processo, comissão de avaliação, formalização, processamento mensal de prestação, os seguros contratados e os produtos financeiros não obrigatórios têm impacto no custo do empréstimo e são hoje uma importante parcela dos encargos com o Crédito Habitação. Assim, é fundamental saber para onde deve olhar: para a TAE e para a TAER.
A TAE (Taxa Anual Efetiva) reflete a taxa de juro do empréstimo com o peso do indexante, do spread e dos custos associados ao Crédito Habitação. Ou seja, inclui as taxas de juro, as comissões iniciais, os impostos e os seguros (seguro multirriscos do imóvel e seguro de vida habitação).
A TAER (Taxa Anual Efetiva Revista) é o indicador para o qual terá de olhar se subscrever produtos que permitem obter uma bonificação ou redução do spread. Geralmente esta taxa inclui o peso de outros produtos financeiros que não são obrigatórios no Crédito Habitação e que são propostos pelos Bancos para obter a redução do spread. Entre os produtos financeiros propostos poderão estar a domiciliação de vencimentos ou de pagamentos (água, luz, etc) que geralmente não representam um encargo para os clientes, mas também outros produtos como cartões de crédito, planos de saúde, outros seguros além do Multirriscos e Vida Habitação, aplicações financeiras, entre outros. Estes sim já representam um custo para os clientes. A TAER é, por isso, a taxa que reflete o custo anual destes produtos no Crédito Habitação.
Indicadores como a TAE, TAER, Spread base ou Spread contratado (este último reflete a redução obtida com bonificações) podem ser consultados na FIN - Ficha de Informação Normalizada – que é entregue com a Simulação de Crédito Habitação. Este é um documento muito importante e onde se apresentam todas as condições da proposta do Crédito Habitação e que poderá utilizar para comparar as diferentes propostas.
A subscrição de produtos financeiros é um bom negócio?
Se o Banco lhe apresentar uma proposta de redução de spread através da contratação de produtos financeiros, então deve analisar o impacto que essa opção terá nos custos totais do Crédito Habitação. É que por vezes, os custos associados à contratação desses produtos anulam as reduções obtidas no spread. Para isso, precisará de comparar os dois cenários: com subscrição e sem subscrição de produtos financeiros. A forma de comparar é precisamente através da TAER, uma vez que este indicador inclui todos os custos do Crédito Habitação, assim como o impacto de produtos financeiros não obrigatórios. De notar que para que a comparação seja possível é necessário que as propostas tenham todas as mesmas características, nomeadamente em termos de montante de empréstimo, prazo, tipo de taxa de juro contratada (variável ou fixa) e capitais assegurados nos seguros de vida habitação e multirriscos imóvel.
Quanto mais baixa for a TAER, mais atrativas e vantajosas serão as condições do Crédito Habitação. Se a adesão a produtos financeiros propostos resultar numa redução de spread, mas na prática a TAER for mais elevada que o mesmo cenário sem a adesão das bonificações, então a contratação de produtos financeiros não compensa. Se a TAER é mais elevada, isso significa que o consumidor fica com um conjunto de custos associados ao Crédito Habitação mais altos do que aqueles que teria se não tivesse contratado esses produtos. Em conclusão, o Crédito Habitação sairá mais caro na sua totalidade.
Por fim, convém também não esquecer ao contratar produtos financeiros adicionais, além de poder estar a contratar produtos que não necessita, a subscrição destes produtos associada ao Crédito Habitação implica que se mantenham durante toda a vigência do empréstimo. Caso pretenda desistir desses produtos, as instituições de crédito podem rever as condições do empréstimo e o spread acordado.
Se está a pensar comprar casa com recurso a financiamento, o CréditoHabitação.com coloca à sua disposição o aconselhamento de um Especialista em Crédito Habitação da UCI, que sem qualquer custo ou compromisso, poderá analisar o seu pedido e apresentar-lhe uma solução de Crédito Habitação sem contratação de produtos financeiros. Em alternativa pode também fazer aqui o seu pedido de contacto.