Tradicionalmente o mercado português tem mostrado uma clara preferência pela compra de casa. Mais de 70% dos portugueses são proprietários e menos de 30% são arrendatários. A explicação advém de aspetos culturais e históricos. Nos anos 70 e início de 80 as taxas de juro estavam em níveis altíssimos, por isso, não havia outra solução senão arrendar e este era o negócio que dominava o mercado imobiliário. Quando no final dos anos 80 e início de 90 as taxas de juro, fruto da entrada de Portugal na, então, Comunidade Económica Europeia, baixaram drasticamente deu-se o início do boom da compra de casa. Se este era inicialmente um processo quase impossível, de repente tornou-se apetecível e para muitas pessoas a concretização do sonho de comprar casa passou a ser possível.
Ainda hoje podemos verificar esta tendência, embora as recentes alterações macroeconómicas tenham de alguma forma ajudado ao ressurgir do mercado de arrendamento. No entanto, a maioria dos portugueses parece continuar a preferir a compra de casa e a maioria dos que arrendam também prefeririam comprar se tivesse possibilidade.
Arrendar – comodidade e liberdade
No caso do arrendamento pode-se dizer que é uma opção mais cómoda e mais barata. O único encargo mensal é o valor da renda e pouco mais (acrescem apenas os consumos de água, luz, gás e telefone). Todos os custos de manutenção do imóvel, do condomínio, o pagamento do IMI são responsabilidade do proprietário. O valor da renda também não sofre grandes alterações ao longo do tempo, variando apenas com a atualização anual das rendas. Por isso, pode dizer-se que esta é uma opção em que é possível saber com o que se pode contar todos os meses, sem surpresas de maior.
Além disso, com o arrendamento ganha-se mobilidade. Quer isto dizer que ao final de algum tempo se a casa já não corresponde às necessidades, se pode facilmente mudar e procurar outra casa ou outro bairro. Além disso o arrendamento também permite a mobilidade profissional e a possibilidade de procurar emprego noutras cidades, o que responde à necessidade de flexibilidade geográfica que hoje em dia é tão importante.
Até aqui o arrendamento parece o cenário ideal, certo?
Talvez não…
No arrendamento é importante ter sempre em conta dois aspetos muito relevantes: o primeiro é a relação com o senhorio onde podem existir alguns altos e baixos e onde muitas vezes é necessário contar com a boa vontade e disponibilidade do senhorio para realizar as manutenções necessárias ao imóvel. O segundo aspeto a ter em conta é que com o arrendamento paga-se um determinado valor de rendas mas não se cria qualquer património. Ao sair da casa a pessoa sai de mãos a abanar.
É precisamente aqui que reside a grande vantagem da compra de casa. No final do prazo do crédito habitação, criou património e parte do que pagou ao Banco é seu. Além disso, dependendo do valor de compra do imóvel até pode ser que este tenha valorizado e numa eventual venda consiga obter mais-valias.
Se vai optar pela compra de casa, com recurso a crédito, tem de saber que, além da prestação mensal com o crédito habitação, tem de contar também com os encargos com o seguro de vida, com o seguro do imóvel, com o seguro de recheio (se optar por esta cobertura), com a quota mensal do condomínio e com o imposto do IMI. Sem dúvida que são mais elevados os encargos que tem de assumir ao optar pela compra de casa. Mas se a sua opção é por manter esse imóvel por mais de 6 anos, esses custos acabam por se diluir e a possibilidade de os recuperar é muito maior do que se mantivesse o imóvel por apenas 1 ou 2 anos.
No atual contexto de taxas de juro atrativas e boas oportunidades de investimento, a compra de casa, sobretudo quando assegurada e apoiada por um profissional imobiliário conhecedor do mercado e de boas oportunidades de negócio, pode representar a constituição de um valioso património ou proporcionar taxas de rentabilidade muito mais interessantes do que qualquer outro investimento que se possa fazer.
Hoje, existem muitos casos de pessoas que optam por retirar os seus depósitos e aplicações dos Bancos para aplicar esses valores na compra de imóveis, com ou sem recurso a crédito habitação. Alguns ainda preparam esses imóveis para os colocar no mercado de arrendamento, onde se conseguem efetivamente taxas de rentabilidade bastante atractivas, sobretudo quando comparadas com as taxas oferecidas por outro tipo de aplicações financeiras com bastante maior risco.
A resposta à questão “comprar ou arrendar” só depende de si.
Resumindo, se é jovem, não tem estabilidade profissional nem familiar e não possui ainda uma poupança suficiente para dar de entrada para a compra de casa, opte pelo arrendamento. Se já tem estabilidade profissional, não pretende mudar de cidade a curto prazo, tem pelo menos 20% do valor da compra para dar de entrada, então a compra de casa pode ser o seu passo seguinte.
Hoje, por ser realizada com maior responsabilidade, maior compromisso e maior envolvimento de todas as partes (clientes e instituições financeiras), a compra de casa é um passo acertado e um bom investimento que, quando devidamente estudado não coloca em risco o futuro. E a boa notícia é que, se esta for a sua opção, o mercado imobiliário português está repleto de oportunidades de bons negócios.
Certo é que seja para comprar ou arrendar, antes de mais nada, deve procurar fazer uma análise cuidada do seu orçamento familiar, das suas despesas e procurar antecipar futuros encargos que possa vir a ter, como por exemplo o nascimento de um filho ou até uma alteração da situação profissional. Procure ser conservador nesta análise e, se possível, procure que após o pagamento das suas responsabilidades e da prestação ou da renda da casa, consiga criar alguma poupança, por muito pequena que ela seja.
Como dizíamos no início agora a resposta depende de si. Se precisa de ajuda pode sempre recorrer a um mediador imobiliário, que além de compra e venda de imóveis também tem uma carteira de imóveis para arrendamento, e que facilmente o poderá ajudar a tomar a decisão mais acertada para o seu caso.
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